Noites frias pedem calor humano.
Mas não pode ser qualquer calor. Tem que ser um calor terno e ao mesmo tempo lascivo . E muito menos pode ser qualquer humano, tem que ser aquele em quem você reconhece todos os seus traços de humanidade, tem que ser aquele em quem você se reconhece.
Noites frias pedem languidez.
Pedem a cadência de uma música de Enya. Pedem a ausência de gravidade ou a leveza de uma pena, bailando, suspensa no ar pela brisa gelada. Sem a vivacidade dos dias quentes, apenas a prosternação mútua dos corpos.
Noites frias pedem refúgio.
Pedem a pulsação acelerada do coração, pedem o sangue correndo ávido como se buscasse um rumo, como quem corre pra chegar logo a seu destino. Fisiologicamente falando, não para aquecer seu próprio corpo, sua morada... mas para aquecer quem nela vem se abrigar.
Noites frias pedem pernas entrelaçadas.
Com os corpos nus, sob os lençóis, em que seria impossível identificar onde um termina e onde o outro começa. Pedem a supressão de qualquer espaço entre a minha pele e sua. Pedem a proteção do corpo tão somente por outro corpo.
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